Manuel Zapata Olivella, é considerado o primeiro autor colombiano rememorar a identidade do negro a partir de sua origem. Sua obra, Changó, el Gran Putas, publicada em 1983 e republicada em 2010, é considerada pela crítica como a saga da negritude nas terras colombianas, apresentando como tema central a diáspora africana nas Américas e a formação cultural afro-latino-americana. O presente artigo busca refletir sobre a polifonia ancestral, vozes dos filhos de Xangó, a partir das memorias ancestrais presentes no romance, com ênfase nas figurações das memórias ancestrais do Muntu. Essa análise reflexiva contará com a apreciação dos ancestrais Ngafúa, Nagó, Kanuri Mai, Olugbala e Sosa Illamba. Nossa fundamentação terá como base: Captain-Hildago (1985) – Conversas com Manuel Zapata Olivella; Cunha Júnior (2010) – Definição de NTU; Irwin e Szurmuk (2009) – Dicionário de estudos culturais latino-americanos; Jahn (1963) – Conceitos de Muntu e as comunidades neoafricanista; Mbiti (1969) – Religiões e Filosofias Africanas; Montenegro De la Hoz (2012) – Rastros de africanidades e libertação como propostas ideológicas em Changó, el Gran Putas; Montenegro De la Hoz (2014) – Formas de Resistência e Identidade escravizada nos estudos pós-coloniais; Songolo (1981) – Considerações de Tempels e Kagame a Janheinz Jahn; Zapata Olivella (1987) – Memória da Palavra; Zapata Olivella (2010) – Changó, el Gran Putas; Zapata Olivella (2002) – El árbol brujo de la libertad; dentre outros. Portanto, as figurações do Muntu a partir das memórias ancestrais dos filhos de Xangó supõe o (re)nacimento do novo homem americano construído pelos Orixás e Ancestrais do Muntu Africano e Americano.