Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a submissão e o processo de resistência das personagens femininas frente ao colonizador europeu. Nesse sentido, notamos que a escritora peruana Clorinda Matto de Turner procura, em seu romance Aves sin nido, publicado em 1889, contribuir para a preservação da cultura e das tradições dos povos originários do Peru. Assim, é a partir da palavra de uma mulher escritora que há um rompimento do silêncio e uma busca para ocupar um espaço também de resistência frente a tradição literária canonizada e patriarcal. Para alcançarmos nosso objetivo temos como aporte teórico os estudos de autores e autoras como Quintanilla (1990), Xavier (1991), Graça (1998) e Mendonça (2012), que delineiam um panorama sobre o doloroso processo colonizatório de apagamento e destruição das culturas dos povos indígenas latino-americanos. A partir disso, nosso estudo procura colaborar também para as discussões sobre o espaço destinado as mulheres escritoras na literatura latino-americana, que muitas vezes ficaram relegadas a um papel secundário na história literária ou a invisibilidade por parte do cânone.