A produção de subjetividade na literatura diz respeito a uma leitura imaterial – afetos, pensamentos, laços de compartilhamento, comunicação etc. – tanto dos personagens quanto da própria literatura, que emergem na contemporaneidade com suas porosidades e nuanças do inespecífico. Isto é, a produção imaterial atravessa o viés narrativo, bem como faz questionar como as manifestações literárias atuais têm se configurado no terreno escorregadio dos conceitos e das identidades atávicas. Dessa forma, o artigo propõe analisar as personagens mulheres do romance Tudo é rio (2021), da escritora mineira Carla Madeira, e suas subjetividades produzidas no cotidiano, averiguando a imprevisibilidade das ações e a desterritorialização do sujeito mulher. Para tanto, a abordagem recairá sobre as noções de identidades pós-modernas, logo, fragmentárias, e de feminismo decolonial, a partir da chave de leitura do trabalho imaterial.