O Poetry Slam é um movimento que nasceu em Chicago, EUA, em 1984, e vem se disseminando no mundo todo, trazendo um espaço dinâmico e engajado de batalhas de poesias que aproximam, sobretudo, o Jovem do universo poético. Chegando ao Brasil em 2008, as batalhas de Slam ganharam contornos diferentes, ocupando espaços mais públicos e periféricos, cujo público principal, tanto do campo da produção quanto do consumo, coincide com aquele silenciado historicamente nos espaços de poder como um todo – o que inclui o campo literário –, composto por mulheres e homens majoritariamente negros e periféricos. Considerando esse cenário, o presente artigo tem por objetivo, além de abordar essas características que singularizam o movimento de Slam no Brasil, analisar o estudo antológico denominado Das ruas para as escolas, das escolas para as ruas: Slam interescolar, organizado pelo Slam da Guilhermina, a fim de averiguar o impacto do Slam entre os jovens do ensino fundamental II e médio, entre os anos de 2015 a 2019, com reflexos para os dias de hoje, e tecer considerações sobre os aspectos estético-semânticos dos poemas que compõem o livro. Para tanto, esta pesquisa, de cunho bibiográfico, está amparada pelos estudos de performance (ZUMTOR, 2014; ROTHEMBERG, 2006; MINARELLI, 2010), a fim de refletir sobre o poder atrativo das batalhas para os jovens. A pesquisa aponta para a importância dessa nova cena poética na formação de jovens poetas e leitores-ouvintes de poesia, assim como a importância de antologias como a discutida aqui, que dialoguem diretamente com esse público.