A família tem um importante papel no desenvolvimento dos sujeitos, e, por consequência de toda a sociedade, tal relação, portanto, não pode e nem deve ser pensada de forma dissociada dos contextos sociais, culturais e políticos da sociedade, os modelos de família, as suas configurações e dinâmicas estão em constante movimento. Cada sociedade, em um determinado momento histórico é capaz de construir um sentido diferente para essa relação, culturas também determinam outras configurações familiares, e as múltiplas relações com os sujeitos, podemos dizer que a família tem uma historicidade, que precisa ser compreendia dentro das dinâmicas humanas. O que pretendemos aqui é apresentar uma discussão sobre as relações tecidas entre a família e a escola, de forma a compreender essa relação como uma possibilidade de contribuição entre essas duas dimensões da vida humana, de um lado, a família, lugar onde os sujeitos nascem, recebem afeto e tecem seus primeiros aprendizados sobre a vida e sobre a sua relação com o mundo, do outro lado, a escola, espaço de formação humana e cidadã, marcada por regras, por interdições e por saberes articulados em torno de um currículo. Essas duas instituições precisam dialogar no sentido de buscarem alternativas que visem a melhoria dos processos educativos e a plena formação do cidadão. Um primeiro movimento a que nos propomos é pensar historicamente essas dimensões da vida humana, para então termos as condições de poder estabelecer uma crítica e uma análise sobre como elas influem na vida humana e delimitam seus espaços, criando muitas vezes relações tensas e conflituosas, que devem ser superadas.