Antes mesmo da pandemia do COVID-19 a OMS já apontava uma alarmante estatística de que um em cada cinco adolescentes enfrentava problemas de saúde mental. Com os eventos ocorridos e protocolos necessários em virtude da pandemia, essa realidade se intensificou. Somadas à essas questões, a pressão exercida pelo ambiente escolar e familiar sobre os alunos, focando resultados em vestibulares e testes em geral, tem igualmente afetado sua saúde psicológica, desencadeando ansiedade e estresse excessivo e, consequentemente, afetando o rendimento acadêmico. Assim, objetivou-se investigar como os adolescentes têm vivenciado o contexto do Ensino Médio e como isso tem impactado sua saúde mental. Participaram 115 adolescentes jovens entre 15 e 21 anos (M = 16,39; DP = 0,921), sendo a maioria do sexo feminino (68,8%), que responderam um questionário on-line contento perguntas acerca de suas vivências no Ensino Médio, Ansiedade e Pressão acerca do desempenho em testes/vestibular. Os dados foram analisados a partir de estatísticas descritivas (frequências absolutas e relativas), bem como foram utilizados recursos da nuvem de palavras. Os resultados apontam que os participantes atribuem maior importância aos seus resultados acadêmicos que às suas emoções (67%). Nessa busca por resultados, 91% sentem-se pressionados pelos pais e 60,9% disseram que essa pressão vem dos professores, sinalizando que já se sentiram sobrecarregados (85%) pela pressão em se sair bem em testes e vestibular. Verificou-se que 92% dos adolescentes consideram-se ansiosos e a maioria considera seu nível de ansiedade moderado (42,7%). Mesmo com os números alarmantes, 71% garantiram que em suas escolas não havia assistência aos alunos ansiosos. Diante do exposto, é indubitável que intervenções para combater esse cenário assustador são cada vez mais necessárias, tanto para reverter esse quadro como para prevenir que siga sendo uma realidade para muitos estudantes.