No Brasil, estima-se que há mais de 2 milhões de sujeitos diagnosticados com TEA. A partir de tal informação, o TEA passa ser considerado uma questão de saúde pública, diante do evidente crescimento de casos no Brasil e no mundo. Estudos sobre os diversos conceitos envolvidos no diagnóstico e no modo como esses indivíduos se apropriam da linguagem escrita têm sido discutido e difundido, tanto no meio científico como no âmbito da internet. A partir de uma perspectiva social e histórica esse estudo objetiva analisar práticas fonoaudiológicas e educacionais voltadas à apropriação da linguagem escrita junto a pessoas com TEA e as concepções que sustentam tais procedimentos veiculados em vídeos publicados na plataforma digital YouTube, através de uma netnografia. Os resultados evidenciam que 69,23% dos vídeos estão fundamentado em uma concepção de linguagem escrita como código e 30,77% como prática social. No que se refere aos procedimentos e estratégias, 80%abordam práticas educacionais, 20% práticas clínicas fonoaudiológicas. Os achados desta pesquisa nos levam ao uso de estratégias que visam o desenvolvimento de habilidades cognitivas e acadêmicas, diminuição de condutas inadequadas, bem como o uso de métodos e a prática avaliativa tanto educacional quanto clínica. Também foi possível observar a indicação de práticas significativas, a qual permite compreender a apropriação da escrita não apenas como atividade cognitiva, mas também como atividade discursiva, a qual incorpora a função interativa e constitutiva. Fazem-se necessárias mais pesquisas a fim de contribuir para praticas interdisciplinar, as quais garantam o ensino e o acesso ao conhecimento.