Este artigo visou discutir questões relacionadas a (des)construção de gênero e nasceu a partir do recorte da dissertação de mestrado da autora intitulada: Imagem queer entre a fotografia e o teatro: análise de três casos de estudo do Brasil e Portugal (2021). Além de trazer à luz a discussão do apagamento e silenciamento do grupo de teatro Vivencial Diversiones da historiografia do teatro brasileiro, que em pleno regime militar subverteu os padrões de sexualidade e gênero. Vale ressaltar que durante o percurso teórico-metodológico dos pressupostos dos estudos queer, anterior ao que ainda viria a ser nomeado como queer, “esquisito”, “anormal”, os integrantes da companhia teatral provocaram em meio a uma sociedade extremamente conservadora novos modos de vida. O jeito espontâneo e a excentricidade, características particulares das “vivecas” (como eram chamados, por encenarem personagens femininas), estabeleceram uma estética do desbunde, que causaram impactos culturais e sociais à época. Concomitantemente, através do deboche e do sarcasmo, o grupo de teatro, criticava e contestava as instituições sociais desde a Igreja Católica à Ditadura Militar, o que lhe conferiu o reconhecimento de artistas que forjaram esteticamente o queer na cena teatral brasileira.