O PODCAST TEM SE TORNADO CADA VEZ MAIS POPULAR, NO BRASIL, PARA A DISSEMINAÇÃO DE CONTEÚDOS DIVERSOS NA INTERNET. NESSE CENÁRIO, GRUPOS SILENCIADOS TÊM SE APROPRIADO DESSA POSSIBILIDADE PARA SUBVERTER A LÓGICA DE OPRESSÃO. MULHERES NEGRAS, EM ESPECIAL, QUE NÃO POSSUEM VOZES NA MÍDIA HEGEMÔNICA COMUNICAM NESSES ESPAÇOS INCÔMODOS, REVELAM INQUIETAÇÕES E PERCEPÇÕES ACERCA DE PROBLEMAS SOCIAIS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS QUE VIVENCIAM. A PARTIR DESSA PERSPECTIVA, NESTE ARTIGO RECORREMOS À TEORIA INTERSECCIONAL PARA ANALISAR O KILOMBAS PODCAST, UM PROGRAMA FEITO POR MULHERES NEGRAS DO CEARÁ QUE DEBATE PAUTAS DO FEMINISMO NEGRO, DO RACISMO E DAS DESIGUALDADES SOCIAIS. CRIADO EM 2019, A PROGRAMAÇÃO CONTA COM 48 EPISÓDIOS PRODUZIDOS E DISPONÍVEIS NO SPOTIFY E NO GOOGLE PODCASTS. PARTIMOS DO PRESSUPOSTO DE QUE O KILOMBAS SE INSERE NA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL E DE EDUCAÇÃO FEMINISTA. ASSIM, REALIZAMOS UMA ANÁLISE DESCRITIVA RECORRENDO À NOÇÃO DE ESCREVIVÊNCIA DE CONCEIÇÃO EVARISTO (2008), ACIONAMOS PENSADORAS DO FEMINISMO NEGRO COMO AKOTIRENE (2019), RIBEIRO (2019), LORDE (2020) E COLLINS (2021) COM AS NOÇÕES DE LUGAR DE FALA, INTERSECCIONALIDADE E RESSIGNIFICAÇÃO DO USO DA RAIVA. BUSCAMOS PENSAR O PROGRAMA ENQUANTO PEDAGOGIAS CULTURAIS QUE VISAM A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E DE SUBJETIVIDADES DE MULHERES NEGRAS, A PARTIR DE WORTMANN E MARQUES (2021). CONSIDERAMOS QUE O KILOMBAS PODCAST CUMPRE COM A PROPOSTA DE PROMOVER UM REFÚGIO, UM “QUILOMBO VIRTUAL” ONDE SE FALA DE ASSUNTOS DO COTIDIANO QUE SÃO CAROS ÀS MULHERES NEGRAS.