MEU OBJETIVO É ANALISAR A PARTIR DOS FILMES MARGARITA DE CANUDINHO, 37 SECONDS, MUCIZE E A SÉRIE SPECIAL, COMO A INDUMENTÁRIA ASSUME UM LUGAR ANUNCIADOR DE TRANSFORMAÇÃO INTERNA, CONTRARIANDO A ONTOLOGIA DA PROFUNDIDADE, E DELIMITAR A IMPORTÂNCIA DA ROUPA NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA IDENTIDADE PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA. ISSO PORQUE NAS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS OS PERSONAGENS ERAM VESTIDOS DE FORMA INFANTIL OU DE FORMA EM QUE A PERFORMANCE DO SEXY, DO ATRAENTE FOSSE NEGADA, DEVIDO A UMA SUPERPROTEÇÃO FAMILIAR. NO MOMENTO DO AFASTAMENTO DO NÚCLEO FAMILIAR, ESSES PROTAGONISTAS PASSAM A TER UMA MAIOR AUTONOMIA E UM OLHAR MAIS VAIDOSO SOBRE O PRÓPRIO CORPO, FICANDO NÍTIDA A MUDANÇA NA INDUMENTÁRIA. É POSSÍVEL, DESTE MODO, PERCEBER QUE OS ESTEREÓTIPOS (INFANTIS, ASSEXUADOS, NÃO SENSUAIS) NÃO APENAS ESTÃO LIGADOS AO CORPO COM DEFICIÊNCIA COMO TAMBÉM ESTÃO REGISTRADOS NA INDUMENTÁRIA. NÃO SE TRATA AQUI DA AFIRMAÇÃO DE QUE OS ESTEREÓTIPOS QUE CERCAM ESSE GRUPO FORAM CONSTRUÍDOS OU DESAPARECERAM A PARTIR DA FORMA COM QUE SE VESTEM, MAS QUE É NECESSÁRIO DEBATER A RELAÇÃO CORPO E ROUPA NA CORRELAÇÃO COM A IMAGEM SOCIAL E AUTOIMAGENS DAS PESSOAS - O QUE SERÁ FEITO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA APRESENTADAS NAS CITADAS NARRATIVAS AUDIOVISUAIS. PARA DAR CONTA DESSA INVESTIGAÇÃO UTILIZEI A ANÁLISE SEMIÓTICA DE IMAGEM EM MOVIMENTO. O REFERENCIAL TEÓRICO CONTARÁ COM TRÊS CONCEITOS CENTRAIS: DEFICIÊNCIA, INDUMENTÁRIA E INFANTILIZAÇÃO.