O presente artigo, de natureza bibliográfica, suscita uma discussão orientada pelos seguintes questionamentos: teriam tido a Gramática Tradicional e a Linguística alguma motivação comum nas suas origens? Quais os traços distintivos, delineados ao longo da história dos estudos da linguagem, entre essas duas áreas? E ainda: os postulados da ciência da linguagem contribuem, de alguma forma, para o ensino de gramática? Por conseguinte, verificamos como os estudos linguísticos do Funcionalismo norte-americano fornecem subsídios para o ensino de gramática, tendo em vista que os conceitos abordados por essa área de investigação auxiliam na superação de algumas limitações da Gramática Tradicional. Neste sentido, o olhar crítico acerca das posturas adotadas pela Gramática Tradicional e pela Linguística, desde os seus primórdios, ante os fenômenos linguageiros, permite-nos vislumbrar, ao longo de nosso trabalho, três tipos de relações estabelecidas entre estas duas áreas: a) proximidade; b) distanciamento; e c) complementaridade. Desse modo, a discussão proposta se fundamenta nos estudos de Bagno (2001), Bakhtin (2010), Carboni (2008), Furtado da Cunha (2012), Furtado da Cunha, Bispo e Silva (2013), Marcuschi (2000, 2010), Naro e Votre (2012), Petter (2002), entre outros.