Ao longo da história do Brasil, o debate acerca de uma política educacional que estivesse alinhada com os conteúdos, finalidades e realidade camponesa se constitui como um processo árduo e lento que envolveu/envolve pressão por parte de movimentos sociais, bem como a realização de conferências. Processo este que ainda esta em construção, mas que já conseguiu conquistas significativas. A educação esteve, historicamente, subjugada ao modelo urbano-tecnocrata de educação, que desvaloriza a vida do camponês e supervaloriza o modo de vida urbano. Sobre isso, Ferreira e Brandão (2011, p. 3) destacam “O modelo atual só preparam os cidadãos para o trabalho, sem se preocupar com a cidadania, habitação relação sociais, cultura e formação étnico-social.” A implantação de uma educação atenta às especificidades, inerentes à vida do campo, se faz necessário como instrumento de valorização da mesma, servindo para desmistificar a ideia de que o campo é atrasado e pobre culturalmente. Contribui para tirar o estereotipo de ser arcaico do homem do campo. Além de possibilitar a afirmação da identidade sociocultural desse povo. Desse modo, através de pesquisa na Secretaria de Educação do Encanto e na Escola Municipal Manoel Fernandes, podemos constatar qual o entendimento dos representantes da secretaria e dos professores, sobre o que seria uma educação do campo e quais as iniciativas por parte dos mesmos para que se tivesse uma prática pedagógica mais próxima da realidade dos discentes e da comunidade local.