Introdução: A violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável e uma preocupação crescente que transcende as paredes das escolas que envolvem escola e sociedade. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a a escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, atuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis. Esses jovens são considerados vulneráveis, cujo conceito neste estudo é de conjunto de fatores agressivos, bem como a capacidade de reagir do indivíduo e a percepção que ele tem do ambiente temido. Objetivo: averiguar a visão dos estudantes de uma escola pública da cidade de Guarabira – PB acerca da violência no contexto escolar, bem como da vulnerabilidade existente na instituição. Método: A amostra foi constituída por adolescentes e jovens com idades entre 16 e 26 anos, estudantes de uma escola pública do Estado. O instrumento utilizado foi uma entrevista estruturada com questões subjetivas embasadas em temas como causas da violência, enfrentamento a violência, segurança e sentimentos, realizando análise de conteúdo nos dados coletados. Resultados: Os resultados demonstraram que os adolescentes e jovens investigados tinham uma concepção de violência física com agressões corporais e psicológica com humilhação, coação e desrespeito. Foram apresentadas para a violência na escola como desestruturação familiar na sociedade, a questão das drogas, recursos humanos restritos nas instituições de ensino, escolas inseridas em comunidades pouco assistida políticas públicas e falta de comprometimento da escola com a segurança. Os entrevistados demonstraram preocupação e medo quando o assunto é a violência dentro da escola, principalmente com a falta de segurança no local de estudo. Além disso, o discurso trás a falta de estratégias de segurança por parte dos administradores, fato este que eleva o medo e insegurança não apenas por parte dos alunos, mas também por parte do corpo docente e demais funcionários. As formas de enfrentamento apresentadas foram o diálogo constante com os alunos e familiares, realização de atividades físicas e culturais e construção de trabalho em equipe com participação dos alunos na composição das atividades escolares. Os participantes também coloraram a responsabilidade nos próprios alunos, quando relatam comportamentos agressivos e bullying. Conclusões: A partir deste estudo, percebeu-se que a família é a primeira a ser lembrada quando se trata de violência escolar, sendo responsabilizada pelo comportamento dos jovens e a escola responsabilizada pelo restrito apoio sócio-educacional que oferece mediante as dificuldades da educação no Brasil, bem como observou-se a necessidade de maior segurança no contexto escolar. Considerando a escola estudada, verificou-se que os alunos e os professores estão vulneráveis a violência, seja ela física ou psicológica. Assim, percebe-se a necessidade de um maior investimento na segurança das escolas públicas.