Este texto tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre o papel da literatura e da arte como elemento essencial para repensar a educação etnicorracial frente à Lei 10.635/2003 que instituiu a obrigatoriedade da cultura africana e afro-brasileira nos currículos obrigatórios da educação básica. Assim, com base em autores como Freire (1996), que pensa a educação como lócus de troca e interação, Bondia (2002) que enfatiza a importância do sujeito da experiência, Barbosa (2006), que apresenta a importância dos contos africanos como narrativa e Silva (2014), que faz uma abordagem das obras do mestre Zumba, entre outros, a presente temática é problematizada. São trabalhados um poema e um conto da cultura negra, além de ter sido feita uma incursão no trabalho de Silva sobre o mestre Zumba, entre outras atividades pertinentes ao assunto pesquisado. Dessa forma, são levantadas as questões da educação etnicorracial, a exemplo dos dilemas profissionais dos docentes e a Lei 10.639 e a implicação sobre: que saberes pedagógicos os docentes têm acumulado ao longo da sua formação. Quais recursos estão relacionados às condições docentes para/ou que deem condições ao trabalho nas questões etnicorraciais? Quais concepções de educação têm os docentes para a igualdade e para a diversidade? Os resultados apontam, frente à nova realidade, que a literatura e arte são caminhos possíveis para um repensar docente sobre as novas demandas frente às relações etnicorraciais.