INTRODUÇÃO. A temática da sexualidade está cada vez mais na ordem do dia. A relevância desta discussão torna-se mais emblemática quando controvérsias sobre o aborto, os direitos das minorias sexuais e, mais recentemente, a destacada propagação da AIDS (década de 80), se colocaram no centro das atenções públicas da vida contemporânea. Além desses, o crescimento vertiginoso de fenômenos como a gravidez na adolescência, demonstra a necessidade de trabalhos de cunho educativos-preventivos, sendo a escola uma instituição importante para assumir esta responsabilidade. Todavia, algumas dificuldades se impõem para a realização deste intento, entre estas, aquela que se refere à formação do educador. Sendo assim, buscamos analisar em que medida os cursos de graduação/licenciatura tem oferecido uma formação, de modo a atender as exigências teórico-metodológicas necessárias para que os futuros docentes possam inserir a discussão da sexualidade na prática pedagógica. METODOLOGIA. Este trabalho é o recorte de uma pesquisa: “Sexualidade e mídia na formação docente”, desenvolvida em Campina Grande, estado da Paraíba. Participaram desta, docentes vinculados a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Foram utilizados como instrumentos de coleta um questionário e uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados de forma qualitativa por meio da análise de conteúdo, que consiste na leitura exaustiva dos depoimentos e a categorização dos dados, recortando, no texto, e agrupando as unidades de registro de acordo com suas afinidades temáticas. RESULTADOS E DISCUSSÃO. De acordo com os professores, a temática da sexualidade é interessante e pertinente, visto que, é comum o aparecimento de questões dessa natureza na prática pedagógica. Por esta razão, a educação sexual na escola pode ser um meio para orientar, informar e prevenir. Todavia, os docentes relatam a existência de vários entraves para inserir esta problemática na prática pedagógica. Entre estes, há dificuldades, de ordem particular e curricular, para se abordar a sexualidade na escola. Percebemos que, embora os professores assinalem que a sexualidade é uma questão de realce, ainda há muita resistência para estes assumirem qualquer compromisso quanto a sua abordagem. Por esta razão, partimos do princípio que a abordagem da sexualidade deve ser contemplada nos cursos de formação docente para que estes profissionais possam se apropriar dos conhecimentos teóricos que embasam esta questão. Além deste, é necessário que todos os envolvidos possam olhar reflexivamente para a própria sexualidade, revisar seus conceitos, superar preconceitos e estereótipos, encarar os tabus, os medos e as vergonhas. CONCLUSÃO. Embora a sexualidade seja uma problemática presente no universo escolar, os professores estão despreparados para uma ação pedagógica efetiva. Desta feita, as bases que assentam a formação inicial é um parâmetro de análise importante para subsidiar a compreensão dos fatores que envolvem a sexualidade e a educação.