AS MULHERES SÃO A PARCELA DA POPULAÇÃO QUE EXPERIMENTAM OS EFEITOS MAIS SEVEROS DA POBREZA EXTREMA. VÁRIOS FATORES INCIDEM PARA QUE ESSE FENÔMENO OCORRA: A FALTA DE OPORTUNIDADE TRADUZIDA NO DIFÍCIL ACESSO À ESCOLA, TRABALHO PRECOCE E AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO. UM DOS EFEITOS MAIS PERVERSOS DESSA POBREZA QUE ATINGE AINDA MAIS AS MULHERES NEGRAS, DIZ RESPEITO À MENSTRUAÇÃO. O SANGRAMENTO MENSAL QUE MARCA A TRANSIÇÃO DA INFÂNCIA PARA A ADOLESCÊNCIA, SINALIZANDO, QUE A MENINA ASSUME A CONDIÇÃO DE MULHER, TRAZ CONSIGO A MARCA DA POBREZA EXTREMA, QUANDO ESSAS MULHERES NÃO DISPÕEM DAS CONDIÇÕES MATERIAIS MÍNIMAS DE LIDAR COM ESSA NOVA REALIDADE. A POBREZA MENSTRUAL SE REVELA NA IMPOSSIBILIDADE DE ADQUIRIR O ABSORVENTE PARA USAR DURANTE ESSE PERÍODO, CONSIDERADO SUPÉRFLUO. EM VIRTUDE DESSA DIFICULDADE, MUITAS MENINAS FALTAM ÀS AULAS ESSE PERÍODO BEM COMO DEIXAM DE INTERAGIR SOCIALMENTE. PARA ENFRENTAR TAL PROBLEMÁTICA, MUITAS MULHERES APELAM PARA MECANISMOS TÃO AVILTANTES À CONDIÇÃO HUMANA QUANTO DANOSOS À SAÚDE. RECONHECENDO QUE TAL SITUAÇÃO CONSTITUI-SE GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES, A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CRIOU O DIA DA DIGNIDADE MENSTRUAL COM VISTAS A SUSCITAR A DISCUSSÃO E O ENFRENTAMENTO A ESSAS QUESTÕES QUE DIZEM RESPEITO NÃO APENAS AO ACESSO A ABSORVENTES HIGIÊNICOS, MAS TAMBÉM A BANHEIROS, ÁGUA POTÁVEL E À EDUCAÇÃO MENSTRUAL, PROCESSO QUE INCLUI CONHECIMENTOS SOBRE ESSA FASE DA VIDA DAS MULHERES CERCADA DE PRECONCEITOS E TABUS. A REFLEXÃO ORA APRESENTADA TEM COMO EIXO METODOLÓGICO A PESQUISA DOCUMENTAL E COMO FUNDAMENTO TEÓRICO ESTUDOS SOBRE DESIGUALDADES A PARTIR DA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL.