A COMPLEXIDADE DO CENÁRIO PANDÊMICO BRASILEIRO, CARACTERIZADO POR UMA CRISE MULTIFACETADA DE ORDEM POLÍTICA, SANITÁRIA E ECONÔMICA, INTENSIFICOU AS DISPARIDADES HISTÓRICAS QUE PERMEIAM AS RELAÇÕES ENTRE GÊNERO, TRABALHO E CUIDADO, ACENTUANDO QUESTÕES DE CARÁTER INTERSECCIONAL E RETOMANDO O DEBATE QUE ENVOLVE MULHERES, PRODUÇÃO ECONÔMICA E REPRODUÇÃO DA VIDA. NESTE SENTIDO, O PRESENTE TRABALHO TRATA DAS EXPERIÊNCIAS DE TRÊS CATEGORIAS PROFISSIONAIS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL: PROFESSORAS, ENFERMEIRAS E COSTUREIRAS. PARTINDO DE UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO, BUSCAMOS REFLETIR ACERCA DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO (KERGOAT,2009) E DO CONCEITO DE CUIDADO (TRONTO, 2020); (GUIMARÃES; HIRATA, 2020), COM O OBJETIVO DE COMPARTILHAR E COMPARAR OS RESULTADOS DE TRÊS PESQUISAS EMPÍRICAS EM ANDAMENTO REALIZADAS NO ESTADO DA PARAÍBA NO CONTEXTO PANDÊMICO. A CENTRALIDADE DOS CORPOS DE MULHERES NA PROMOÇÃO DAS VÁRIAS FORMAS DE CUIDADO NECESSÁRIOS PARA A CONTENÇÃO DA CRISE, SEJA NO NÍVEL INSTITUCIONAL, NO CASO DAS ENFERMEIRAS E PROFESSORAS, OU POR CONTA PRÓPRIA, COMO É O CASO DAS COSTUREIRAS QUE SE MOBILIZARAM PARA CONFECCIONAR MÁSCARAS DE TECIDO, É UM DOS ASPECTOS QUE MAIS SE DESTACA QUANDO ANALISAMOS AS RESPOSTAS QUE, NO BRASIL, FORAM DADAS AO PROBLEMA, DIANTE DA INAÇÃO E DO NEGACIONISMO DA RESPOSTA GOVERNAMENTAL. EM CONTRAPARTIDA, A INVISIBILIDADE, A PRECARIZAÇÃO, E O ADOECIMENTO SÃO ELEMENTOS PRESENTES NAS NARRATIVAS DESSAS MULHERES QUE DISPUSERAM DE SUA FORÇA DE TRABALHO E COLOCARAM SEUS CORPOS EM RISCO A SERVIÇO DO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA.