RESUMO: O PRESENTE ARTIGO SE PROPÕE A ANALISAR A GRAPHIC NOVEL BRASILEIRA MONSTRANS: EXPERIMENTANDO HORRORMÔNIOS, DO AUTOR E ARTISTA LINO ARRUDA. LANÇADA ESTE ANO, A OBRA É UMA AUTOBIOGRAFIA PRODUZIDA EM TRÊS CAPÍTULOS QUE NARRA A INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA E FASE ADULTA DE UMA VIVÊNCIA AFETADA POR ESTIGMAS SOCIAIS SOBRE SEU CORPO, SUA SEXUALIDADE E SUA IDENTIDADE DE GÊNERO. NELA, O QUADRINISTA NOS APRESENTA, EM DESENHOS AQUARELADOS, AS DORES FÍSICAS E EMOCIONAIS DE UMA VIDA COMPREENDIDA POR ELE COMO MONSTRUOSA, ORA ANIMALESCA, ORA VEGETATIVA, REPRESENTADA EM TRAÇOS NÃO-UNIFORMES E PERTURBADORES. PARA TANTO, O ARCABOUÇO TEÓRICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA DISCUSSÃO SERÁ COMPOSTO POR PAUL B. PRECIADO, MICHEL FOUCAULT, GILLES DELEUZE E OUTRAS FONTES QUE VENHAM A CONTRIBUIR COM O DEBATE SOBRE AS POLÍTICAS DO CORPO ORQUESTRADAS POR UMA SOCIEDADE DE CONTROLE QUE TENCIONA NORMATIZAR CORPOS E EXISTÊNCIAS QUE SE MOSTREM DIFERENTES. AO TRATAR DO TEMA E DA OBRA, PROCURA-SE PROVOCAR UMA REFLEXÃO ACERCA DA RESSIGNIFICAÇÃO DO AUTOR SOBRE A PRÓPRIA IMAGEM E O SEU PROCESSO DURANTE A ESCRITA E DESENHO DE SI, SUA PERCEPÇÃO COMO TRANSMASCULINO E AS POSSIBILIDADES ENCONTRADAS EM UMA PRODUÇÃO AUTOBIOGRÁFICA EM QUADRINHOS.