A adolescência trate-se de um período de passagem entre a infância e a fase adulta que resulta em diversas transformações, além de ser caracterizada por fortes mudanças, principalmente no comportamento dos adolescentes resultando em grande vulnerabilidade, expondo-os a riscos físicos, psíquicos e sociais. Nesse sentido, o desenvolvimento sexual se configura como um enorme campo a ser explorado e que merece atenção e estudo em decorrência dos problemas enfrentados, como gravidez precoce e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Para tanto, a escola torna-se um campo bastante favorável para discussões acerca da sexualidade desses adolescentes, já que são muitos os que não recebem na família informações que envolvam a saúde, e quando tem acesso, essas informações são muitas vezes limitadas e inadequadas, provenientes de amigos, de pessoas pouco preparadas para essa função. Assim, o estudo teve como objetivos conhecer os saberes prévios dos estudantes de nível médio com relação à sexualidade, gravidez, DST e sexo desprotegido, além de identificar os níveis de conhecimento entre adolescentes de diferentes sexos. A pesquisa foi desenvolvida com 108 estudantes do ensino médio de uma escola pública municipal de Cruz das Almas – BA. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado de questões objetivas sobre mitos e verdades relacionados à sexualidade, mais especificamente DST e sexo desprotegido. Dos 108 estudantes envolvidos na pesquisa, 38 são do sexo masculino e 70 são do sexo feminino, com idade média de 16 anos. Os dados revelaram um desconhecimento generalizado quanto às questões que versam sobre a sexualidade dos adolescentes e a contaminação pelo HIV. Verificou-se que a maior parte dos entrevistados, 63,2% dos alunos e 80% das alunas, acreditam que os soropositivos (indivíduo portador da síndrome) morrem diretamente por causa da infecção do vírus HIV. Quanto às formas de contágio das DST, nota-se que os estudantes possuem razoável conhecimento sobre o assunto, já que 68,4% dos alunos e 68,6% das alunas afirmam que o vírus HIV pode ser transmitido através do sexo oral. Este resultado diverge do encontrado por Carleto (2010) em pesquisa realizada com estudantes adolescentes de escolas estaduais em Cuiabá - MT, onde a maior parte dos estudantes desconhece o sexo oral como forma de transmissão das DST. Na questão em que os estudantes tiveram que enumerar, por ordem de prioridade, aquela que seria sua maior preocupação ao fazer sexo desprotegido, 47% dos alunos tem por principal preocupação a gravidez e apenas 7% preocupam-se com as DST. Já dentre as alunas, 43% se preocupam primordialmente com as DST e 37% se preocupam com a gravidez. Nota-se que a principal preocupação dos alunos é a ocorrência da gravidez, enquanto que as alunas estão mais preocupadas com as DST. Observou-se através deste estudo que existem questões concernentes ao tema que ainda são pouco conhecidas pelos adolescentes que participaram da pesquisa. Existem alguns temas que são entendidos e conhecidos de formas diferentes entre meninos e meninas e isso pode direcionar ações específicas para cada sexo; efetivando, assim, a geração de conhecimento e sensibilização.