Artigo Anais I CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

RELIGIÃO E DIÁLOGO NA ESCOLA: A INFLUÊNCIA DO ENSINO RELIGIOSO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOS ALUNOS E PARA A MINIMIZAÇÃO DA INTOLERÂNCIA

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Publicado em 18 de setembro de 2014

Resumo

Tradicionalmente, o Ensino Religioso, foi marcado pelo cunho confessional, em que o catecismo da Igreja Católica prevalecia no currículo das instituições educacionais. Cury (1993) ousa delimitar cinco fases específicas desta linha de ensino ao longo da história, começando pela imposição do Cristianismo Católico Romano ao Brasil, em 1500, por ocasião do descobrimento, seguindo a regra de que a colônia assume a religião do colonizador e, assim, instituiu-se a catequese jesuítica. A segunda fase, em 1889, com a primeira quebra de relações entre Estado e Igreja que favorece a liberdade de culto e o reconhecimento da diversidade religiosa. Adiante, no fim da República Velha, em 1930, a reaproximação de Igreja e Estado, reforça outra vez o ensino da religião (dita oficial) com a Constituição de 1934. A quarta fase diz respeito à elaboração da Constituição de 1988, que estabeleceu o Ensino Religioso como parte integrante da formação básica do cidadão brasileiro. Buscou-se assegurar o respeito à diversidade cultural religiosa do país, sendo vedado qualquer tipo de proselitismo. E, finalmente, a última fase se consolida com a criação do FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso), em 1995, responsável pela elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, que o MEC “esqueceu”. Os PCNER defendem como razão de ser do Ensino Religioso, o conhecimento e o diálogo, e que é dever da escola oportunizar aos alunos a visão de totalidade para entender o significado da existência humana, através da correlação dos vários conhecimentos disponíveis no currículo escolar. Esta pesquisa (em andamento) visa, portanto, investigar, através dos discursos dos alunos, se a prática do ensino religioso nas escolas, de acordo com os PCNER, favorece ou não a minimização da intolerância religiosa e ajuda os alunos a se sentirem livres para expressar sua (não) crença dentro do ambiente escolar. Pretendemos, também, avaliar se a disciplina ministrada em caráter não proselitista, tem ajudado consideravelmente os alunos a reafirmarem sua identidade, sobretudo a religiosa na escola, além de identificar os perfis dos professores responsáveis pela disciplina. Esta será uma pesquisa empírica sob a perspectiva de Análise do Discurso, onde serão aplicadas entrevistas narrativas e semiestruturadas aos alunos, que serão gravadas em áudio, e questionários aplicados aos professores. Observações também serão feitas para detectar informações que podem está além dos discursos. O estudo está sendo fundamentado nos escritos de Sérgio Junqueira, João Décio Passos, Stuart Hall, Carlos Cury, Aurenéa Maria de Oliveira, Dermeval Savianni entre outras dissertações e teses. As primeiras impressões sobre o levantamento bibliográfico do tema é que muito se fala sobre a disciplina quanto à legislação, mas pouco ainda se discute sobre sua importância pedagógica para a formação social do aluno.

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