Desde 1980, os estudos em torno do desenvolvimento de propostas para o ensino de língua portuguesa no Brasil a partir dos referenciais dialógicos e sociointeracionistas que marcaram o início do século XX. Este texto tem como escopo a reflexão em torno de um dos aspectos que têm ganhado espaço nos debates sobre ensino de língua materna na educação básica brasileira: a argumentação. Objetivamos, pois, construir uma ponte de diálogos entre a prática de argumentar e o desafio de ensiná-la no ensino fundamental dos anos finais. A discussão que intentamos instaurar é amparada em alguns pressupostos teóricos, como os de Bakhtin (1997), Abreu (2008) e MEC (1998). Realizada dentro de parâmetros qualitativos, esta escrita reflete nossa interpretação acerca do fenômeno da argumentação e da sua inserção nos espaços escolares dentro das aulas de português e nas situações de produção escrita. Destacamos o artigo de opinião para mobilização da reflexão e ressaltamos a relevância social e pedagógica deste texto como mais um instrumento de consolidação de uma proposta de cidadania linguística que nasça, cresça e perpasse a escola e retorne à realidade dos seus sujeitos.