O livro didático, assim como qualquer outro recurso que o professor resolva utilizar em sala de aula, tem sua importância condicionada ao uso que se faça dele. Devemos saber empregá-lo corretamente, além de explorá-lo em função dos objetivos a alcançar, sabendo enfatizar os seus pontos fortes e ‘descartar’ seus pontos fracos. O processo de análise e escolha deve ser bem discutido nas escolas e o professor deve ser capacitado para este processo. Não é o simples fato de utilizar o livro que o torna adequado ou não, no entanto uma escolha criteriosa pode facilitar o trabalho em sala de aula. Por outro lado, o uso de diferentes representações para a compreensão de conceitos matemáticos por parte dos estudantes é muito importante, sendo inclusive essa variedade de representações recomendada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Em relação à calculadora, ainda são poucas as situações e atividades que incentivam e favorecem o uso de tal instrumento, que traz grandes possibilidades de ampliação conceitual. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar três coleções de livros didáticos aprovadas para o PNLEM 2009, com relação às situações propostas nestes livros sobre o uso da calculadora. O estudo mostra, de forma geral, que ainda há resistências quanto ao uso da calculadora em sala de aula, fato que pode ser comprovado pela escassez de atividades, envolvendo a calculadora, encontrada nestes livros. Das três coleções analisadas, em duas delas, apesar da ênfase dada no manual do professor no que se refere à importância da calculadora na sala de aula, encontramos um número reduzido de atividades condizentes com este tema, mostrando que, apesar de algum avanço observado no trabalho com a calculadora proposto pelos livros didáticos, ainda há lacunas a serem supridas.