A ESCOLA, COMO INSTITUIÇÃO INTEGRADA À SOCIEDADE, DESEMPENHA A FUNÇÃO DE INCLUIR OS INDIVÍDUOS EM UM CONJUNTO DE POSSÍVEIS EXPERIÊNCIAS COM O OBJETIVO DE HOMOGENEIZÁ-LOS. APROPRIANDO-SE DA CRÍTICA FOUCAULTIANA, A ESCOLA RETIRA, COERCITIVAMENTE, OS INDIVÍDUOS DE SEU ÂMAGO FAMILIAR E SOCIAL, INTRODUZINDO-OS EM UM UMA ESFERA SÓCIO-EDUCACIONAL COM O OBJETIVO DE MOLDAR SUAS CONDUTAS, DISCIPLINAR SEUS COMPORTAMENTOS E CONDICIONAR SEU INTELECTO. CONSTITUINDO EM CONJUNTO COM O HOSPITAL, QUARTEL E A PRISÃO O CONCEITO CARACTERIZADO POR FOUCAULT COMO ''INSTITUIÇÕES DE SEQUESTRO”. (VEIGA-NETO, 2004) PORTANTO, AO COMPREENDERMOS A INSTITUIÇÃO ESCOLAR COMO UMA FERRAMENTA DE PERPETUAÇÃO DE ESTIGMAS SOCIAIS HERDADOS DE UMA SOCIEDADE FUNDAMENTADA, SOBRETUDO, NO DISCURSO DE UM SISTEMA ESCRAVOCRATA, DEVE-SE QUESTIONAR A EFICIÊNCIA FORMATIVA DOS FUTUROS PROFESSORES PARA COMBATER DIRETAMENTE O RACISMO ENRAIZADO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR, PENSANDO NO PIBID COMO UMA POSSÍVEL MEDIDA EMERGENTE NA COMPLEMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA NA FORMAÇÃO DOCENTE. DESSE MODO, O PRESENTE TRABALHO TEM COMO PROPÓSITO ENTENDER A DINÂMICA DAS RELAÇÕES RACIAIS NO PROCESSO DA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOS FUTUROS PROFISSIONAIS DO ENSINO DE SOCIOLOGIA, ANALISANDO EXPERIÊNCIAS VIVIDAS PELOS ESTAGIÁRIOS (BOLSISTAS E VOLUNTÁRIOS) NO PROGRAMA CONHECIDO POPULARMENTE COMO PIBID, OFERTADO AOS ESTUDANTES DE LICENCIATURA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL ‘'JÚLIO DE MESQUITA FILHO’’ (UNESP) CAMPUS DE MARÍLIA-SP. PARA OBTENÇÃO DOS DADOS A SEREM ANALISADOS, FOI ADOTADO O MÉTODO DE PESQUISA QUANTITATIVO, BASEADO NA APLICAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO A UM GRUPO DE PESSOAS, NESTE CASO, AOS DISCENTES DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS QUE PARTICIPARAM DO PROGRAMA, BUSCANDO IDENTIFICAR NOME, IDADE, ÉPOCA DE PARTICIPAÇÃO NO PIBID, COR E TESTEMUNHO DE EPISÓDIOS DE RACISMO DURANTE SUA PARTICIPAÇÃO. ALÉM DE LEVANTAR OS SEGUINTES QUESTIONAMENTOS: A) A LICENCIATURA PREPARA OS ESTUDANTES PARA COMBATER E LIDAR PROFISSIONALMENTE COM O RACISMO? B) O PIBID AGREGA À FORMAÇÃO ACADÊMICA CONHECIMENTOS NÃO APROFUNDADOS NA LICENCIATURA? DURANTE O ANDAMENTO DO PIBID, 58.3% (7 PESSOAS) ALEGARAM TER PRESENCIADO EPISÓDIOS DE RACISMO EM SALA DE AULA, ENQUANTO 41.7% (5 PESSOAS) RELATAM NÃO TEREM PRESENCIADO RACISMO DURANTE O PROJETO. NO ENTANTO, QUANDO QUESTIONADOS SOBRE A EFICIÊNCIA DA LICENCIATURA NO PREPARO DOS PROFISSIONAIS PARA COMBATER O RACISMO, 100% DOS ENTREVISTADOS RELATARAM QUE NÃO OBTIVERAM INSTRUÇÃO METODOLÓGICA SOBRE A TEMÁTICA E SUAS FORMAS DE COMBATE EM MATÉRIAS CORRESPONDENTES A LICENCIATURA OU ESTÁGIO OBRIGATÓRIO, CONSIDERANDO QUE O CURRÍCULO UNIVERSITÁRIO APOIA-SE EM UMA RACIONALIDADE VINCULADA A UMA RAZÃO INDOLENTE (SANTOS, 2002) QUE POR SUA VEZ, INVIABILIZA EXPERIÊNCIAS E SABERES ALTERNATIVOS À TRADIÇÃO CIENTÍFICA OCIDENTAL. PENSAR NÃO SÓ NA DIVERSIFICAÇÃO DO CURRÍCULO UNIVERSITÁRIO, COMO TAMBÉM NA SUA EFETIVIDADE FORMATIVA TORNA-SE EMERGENTE À MEDIDA QUE A FORMAÇÃO ACADÊMICA EXIBE CARÊNCIA QUANDO COLOCADA EM PRÁTICA. DESTA FORMA, FAZ-SE NECESSÁRIO A FORMULAÇÃO DE PRÁTICAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR ALIADAS A UMA RAZÃO COSMOPOLITA, (SANTOS, 2002) QUE USUFRUA DAS EXPERIÊNCIAS PROPORCIONADAS PELO PIBID TRADUZINDO ASSIM, O QUE SE MOSTRA AUSENTE À POSSÍVEIS MÉTODOS ALTERNATIVOS QUE CONTEMPLEM A NECESSIDADE PRÁTICA DO ENSINO, DE FORMA QUE AS EXPERIÊNCIAS OBTIDAS NÃO SEJAM DESCARTADAS POR NÃO SEREM RECONHECIDAS E VALIDADAS PELO CONHECIMENTO CIENTÍFICO HEGEMÔNICO.