A pesquisa que embasou este artigo identificou os indícios de pontos críticos em direção a entropia do sistema autogestionario organizacional que havia sido implementado a partir de experiências pedagógicas para formação de um novo tipo de liderança: a liderança coletiva, com base na divisão técnica do trabalho e na rotatividade dos atores sociais em postos de comandos na comunidade, como sujeitos do processo. A pesquisa utilizou indicadores qualitativos e quantitativos dentro de uma perspectiva sistêmica. Os resultados apontaram que 98% dos participantes desejavam novamente que fosse aplicada a mesma metodologia para mais conquistas sociais e econômicas. Foi comprovado que a responsabilidade assumida por todos desde o início dos trabalhos, inverteu a ordem de poder estabelecida tradicionalmente entre educador e educando. Nesta experiência, os educandos tomaram a condução do processo nas mãos e construíram alternativas para seus problemas sociais e econômicos, libertando-se da própria assessoria técnica inicial. O método estudado tem por base a atividade objetivada proposta pelo construtivismo materialista de Vigotsky e Leontiev e é conhecido no Brasil como Laboratorios Organizacionais, de autoria do brasileiro Doutor em Sociologia Clodomir Santos de Morais. Os critérios de eleição das áreas de estudo se deu pela utilização do método dos L.O. como base dos programas para enfrentar o nível de pobreza e desemprego nessas comunidades, similares em sua situação, mesmo distante geograficamente, com alto nível de vulnerabilidade social e hipossuficiência econômica, urgindo um novo tipo de desenvolvimento para além de sustentável ecologicamente, justo socialmente e viável economicamente: um desenvolvimento baseado na autonomia dos sujeitos envolvidos, como reivindica Raff Carmen.