Concebemos, numa perspectiva discursiva de linha francesa, que o sujeito é determinado sócio-historicamente e culturalmente, e esse sendo um alfabetizando adulto ou idoso que traz consigo, para a sala de aula, conhecimentos advindos por esses fatores e constituídos por uma memória social, essa que concebemos como sendo um espaço móvel de divisões, e não um lugar de acúmulo ou armazenamento de lembranças, sendo espaço de deslocamentos e retomadas, de conflitos, de regulação de discursos e contradiscursos, que contribuem para a aprendizagem do conhecimento. Assim sendo, o presente artigo investiga a prática do diálogo, em sala de aula entre educador/educando no campo da alfabetização e letramento realizado no curso de “educação de pessoas jovens, adultas e idosas” - EJAI, vinculado ao Programa de Extensão Educação, Leitura e Arte: por um diálogo entre a cultura popular e a universidade – PROELART financiado pelo PROEX/SESu/MEC/UEPB, cujo objetivo é analisar a contribuição da memória social do alfabetizando para a aprendizagem na alfabetização. O aporte teórico-metodológico apoia-se em Achard (1999), Mendonça (2008), Orlandi (2005), Soares (2010) Molica & Leal (2009). Este estudo tenta mostrar a contribuição da teoria do diálogo pedagógico situada em Freire e Shor (2003) por meio da transcrição do conteúdo já dado no texto falado, enquanto resultado do discurso do alfabetizando acerca dos conhecimentos que ele tem sobre a “amnésia”, e explicita as marcas que esses conhecimentos apresentam acerca de determinada memória sócio-histórica e cultural, conferindo, pois, uma prática pedagógica inspirada no método de Paulo Freire sob a abordagem da transposição didática.