Esta comunicação parte do entendimento de que a translinguagem pode assumir tonalidade pós-humanista e pós-colonial (e/ou de(s)colonial ou até transcolonial) e se evidenciar como um potente recurso para a promoção de práticas educativas mais democratizadoras e uma prática linguística crítica (ROCHA, 2019). Pós-humana no sentido de reconhecer a condição humana como heterogênea, múltipla, contraditória, contextual e situada e pós-colonial no sentido de compreender as relações de poder na pós-colonialidade. Atreladas isso, as línguas e as linguagens aparecem como um recurso educativo promissor que reúnem conteúdo político-crítico se em diálogo (FREIRE, 2004) com o entendimento de sua relação de poder (VERONELLI, 2016, QUIJANO, 2014). Especificamente na translinguagem, é possível romper com discursos estáveis e corporificados que permanecem, comprometem e até invisibilizam várias áreas do saber na América Latina como política, economia, cultura, relações sociais etc. Assim, a translinguagem na aula de espanhol é uma alternativa viável na atualidade pensada como uma educação (linguística) trasnformadoras de bases críticas e transcoloniais (ROCHA, 2019). Para tal defesa, propõe-se neste estudo em andamento discutir a translinguagem a partir de mídias digitais que podem ser exploradas pelo e pela docente durante a aula de espanhol como forma de oferecer a sensibilização, empatia, conectividade, letramentos e socializar outros caminhos para desconstruir discursos hegemônicos que prevalecem nos materiais didáticos ou no conhecimento prévio do e da estudante, bem como oferecer a ele/ela o caráter dinâmico e de sentidos das línguas e linguagens que se distingue muito do monolinguismo e do somente textual-verbal até então muito presentes.