O presente artigo é resultado do trabalho de pesquisa desenvolvido para as disciplinas de Estágio Docência do Curso de Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA, durante os anos letivos de 2013 e 2014. O foco das observações são as aulas de Sociologia do Ensino Médio, levando em conta o contexto escolar em uma área periférica. As reflexões suscitadas versam sobre os desafios da docência no ensino de Sociologia, desde as práticas pedagógicas em sala de aula e a construção do professor como intelectual, passando pelo currículo elaborado para a disciplina e a necessidade tanto de um programa curricular integrado com a realidade do aluno, como também mais simples, que proporcione antes as reflexões primárias sobre o indivíduo em sociedade e o reconhecimento de si mesmo nesse contexto, abrindo caminho para a emancipação intelectual, ao invés de se trabalhar assuntos complexos, incapazes de gerar reflexões e que acabam por deixar lacunas no desenvolvimento intelectual dos estudantes, por serem temas distantes de suas realidades. Além disso, a pesquisa proporcionou o questionamento sobre as possibilidades que a disciplina de Sociologia trás, por provocar o pensamento e o olhar crítico da realidade em que se vive e sobre si mesmo, para a construção da escola como esfera pública: um ambiente democrático, capaz de promover a autonomia intelectual e a cidadania de alunos, em integração com a comunidade escolar, e com local no qual a escola está inserida.