A sociedade deste milênio norteou novos paradigmas de interação do sujeito com o seu semelhante e com o mundo, sendo a leitura (re)configurada a partir do desenvolvimento de tecnologias digitais, das quais emergem gêneros discursivos caracterizados pelo uso de várias semioses na sua composição. Diante desse cenário, a escola tem de estar inserida no contexto tecnológico que permeia a emergência dessas (re)construções textuais. Sendo assim, o presente estudo tem o objetivo de analisar a relevância do uso de gêneros multimodais, especialmente a charge virtual, na formação do leitor no contexto do ensino de língua(gens). Para tanto, é implementada uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos publicados em revistas especializadas, bem como em acervos de autores renomados, a saber: Bakhtin (2000), que versa acerca dos gêneros do discurso, compreendendo-os a partir de uma perspectiva sociointeracionista e dialógica; Dionísio (2005), que aborda a teoria da multimodalidade; Coscarelli (2016), que trata de como tem se dado a conexão entre esses “novos” recursos tecnológicos e o ensino de leitura, especialmente; Rojo (2012), a qual reflete sobre as várias faces dos (multi)letramentos; Bortoni-Ricardo et al. (2012), que enfoca a mediação pedagógica da leitura; dentre outros. Dado o exposto, é apresentada uma proposta de trabalho com a leitura de charges virtuais para ser aplicada na Educação Básica, com vistas a orientar uma prática docente fundamentada nas demandas da sociedade científico-tecnológica, considerando que relações comunicativas se dão a partir de um maior grau de interatividade do que outrora.