A leitura e a literatura estão imbrincadas na construção e formação da experiência leitora dos alunos.No entanto, no contexto escolar,essas duas instâncias não vem sendo articuladas de modo dialógico.A experiência da leitura literária é pouco valorizada em salas de aula do ensino fundamental e o artefato literário serve como pretexto para o ensino de categorias gramaticais da língua.A Lei 10.639/2003 impõe a necessidade da escola discutir as questões identitárias em relação aos negros e afrodescendentes,os quais foram silenciados por um longo período,no entanto, o cumprimento da lei tem sido negligenciado na prática docente.Nesse sentido,o objetivo desse trabalho é propor, através da metodologia da pesquisa-ação e da sequência expandida de Cosson (2012), uma intervenção pedagógica,em uma sala de aula do nono ano do ensino fundamental, a partir da leitura da obra Diário de Bitita, de Carolina Maria de Jesus, texto singular e autobiográfico,que nos revela a infância pobre,a adolescência e sua ida à cidade de São Paulo,época em que Carolina nem sonhava em ser uma escritora reconhecida pela crítica.Entendendo o texto literário como lócus privilegiado para o trabalho com a linguagem,essa pesquisa visa promover o desenvolvimento do aluno no que concerne às habilidades de formação,desenvolvimento intelectual e pensamento crítico, no intuito de formar identidades livres de preconceito racial,bem como elevar a autoestima dos alunos negros e afrodescendentes.A presente investigação conta com o referencial teórico os estudos de Duarte (2013),Cosson (2012),Munanga (2005), Abreu (2006),Klinger (2007),entre outros.
Palavras-Chave: Leitura,literatura afro-brasileira,Diário de Bitita,ensino.