BARBOSA, Roberta Tiburcio. Borandá: pelos caminhos da jornada dramatúrgica. Anais XIII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/42090>. Acesso em: 19/11/2024 03:11
A dramaturgia, desde a antiguidade grega, é alvo de mudanças e estudos/problematizações acerca das suas implicações na sociedade e na arte. Aristóteles (IV a. C), Peter Szondi (1880-1950), Sarrazac (2002) e muitos outros pesquisadores discutiram as constantes reformulações na arte dramatúrgica. Borandá: Auto do migrante (2003), de Luís Alberto de Abreu, é uma das peças que exemplifica e conduz à reflexão sobre este ininterrupto e cíclico movimento da dramaturgia ao longo dos tempos/espaços. Borandá apresenta o homem e a mulher modernos como personagens. E o faz de maneira a unir elementos dramáticos e narrativos. São cinco personagens que assumem, também, o papel de narradores, ou seriam cinco narradores que assumem o papel de personagens? Em Borandá tudo é movimento constante, é troca, semelhante ao ir-vir das suas personagens e aos estudos/reformulações do/no teatro mundial. Nesse ínterim, objetivamos observar como as configurações das personagens e da cena contribuem para a reflexão acerca das mutações do drama moderno/contemporâneo. Através de pesquisa bibliográfica, discutiremos como a obra em foco reflete a incessante reestruturação no conteúdo e na forma do drama. Borandá através de três histórias particulares, preservando a singularidade de cada personagem, nos apresenta uma experiência coletiva: a migração. E, assim, leva o público a refletir sobre um processo que envolve uma coletividade, que afeta a muitos que vão-vem-ficam. Nesse sentido, como teatro de cunho narrativo que é, Borandá mostra (encena) e conta (narra) histórias.