A presente pesquisa visa entender as representações acerca da retomada da terra Indígena (T.I) Ywy Porã (Terra Bonita), Guarani Nhandewa, localizada na cidade de Abatiá-PR, a partir de entrevistas obtidas com duas mulheres, lideranças jovens desta T.I, propondo um estudo sobre os símbolos e memórias acionadas por estas mulheres neste processo. Além das entrevistas foram realizadas incursões em campo em dias comuns e espaços de festas tradicionais afim de conseguir melhor apreender como está ocorrendo a reorganização social (João Pacheco de Oliveira) e como (re)significam a narrativa da Terra sem Mal em suas práticas e discursos. Observou-se nestas falas a importância do grupo de Mbora’i (cânticos sagrados) e da construção da Casa de Reza como meios de resistência e demarcação da importância da terra como territorialidade indígena guarani. Concluímos com isso que os vínculos afetivos e históricos deste povo estão sendo por eles retrabalhados no processo de reorganização sociocultural dando origem a uma reestruturação das formas culturais comparadas com a maneira em que se organizavam na Terra Indígena Laranjinha, na qual residiam antes da retomada da que hoje estão, além da importância acionada no papel das mulheres para construção desta memória coletiva.