Esse trabalho propõe apontar algumas possibilidades de experiências voltadas ao reconhecimento, à valorização e manifestação das identidades das crianças na Educação Infantil, através da construção do Baú Arco-Íris. Dentro desse baú há diversas materialidades para a realização de brincadeiras, além das fichas descritivas contendo orientações para a sua realização. Também, nesta ficha, há um espaço destinado ao/à docente para o registro das adaptações e propostas de mediação, permitindo ampliar as discussões juntamente com as crianças, acerca das relações de gênero, ao buscar considerar as multiplicidades das identidades dos sujeitos e os seus diversos arranjos. É importante destacar que a Educação Infantil considerada como a primeira etapa da Educação Básica e que possui suas especificidades próprias, dentre elas, as brincadeiras e as interações que norteiam a prática educativa, muitas vezes, é capaz de estabelecer as primeiras “marcas” e interpretações sobre as relações de gênero. Diante do exposto, as brincadeiras infantis fazem parte do dia-a-dia na Educação Infantil, auxiliando as crianças em seu autoconhecimento, manifestação da individualidade e nas relações com o outro e o meio em que está inserida. Dessa maneira, as brincadeiras como forma de expressão, aprendizagem e desenvolvimento; são também, oportunidades para a representação de situações cotidianas. A pesquisa de campo encontra-se em processo de desenvolvimento e é realizada em um Centro Municipal de Educação Infantil localizado no município de Contagem (MG), contando com a participação de uma professora e dezoito crianças com quatro anos de idade. A construção do Baú Arco-Íris permite realizar algumas reflexões e apontamentos entre docente-crianças no sentido de romper com discursos normatizadores que norteiam a instituição de Educação Infantil. A construção desse material encontra-se em aberto, pois é necessário desenvolver, aplicar alguns protótipos e realizar os ajustes necessários.