Diante de uma sociedade opulenta insustentável com práticas de consumo dilacerantes que acarreta um descarte iminente de resíduos sólidos, este estudo se propôs compreender as relações de trabalho e uma educação ambiental implícita existentes na catação dos resíduos sólidos no lixão da cidade interiorana de Passira-PE, pertencente ao agreste pernambucano. As discussões problematizadoras do presente estudo foram norteados pelos embasamentos teóricos de Seiffert (2011) e Enrique Leff (2010) que guiaram todo levantamento documental, bibliográfico e empírico – por entrevistas. O método qualitativo abordado durante o estudo ajudou a compreender e comprovar a realidade social plastificada de um grupo de indivíduos subalternizados que buscam subsistir com uma renda incapaz de suprir as necessidades básicas do grupo familiar a que pertence. Pode-se notar a extrema organização dos catadores de materiais recicláveis na separação de diferentes materiais, como plástico, ferro, papelão e alumínio, para posterior venda. A partir disto foi possível notar uma educação ambiental implícita, uma vez que entende esse processo organizativo no lixão como uma prática de separação de resíduos sólidos em construção a uma educação ambiental, um tanto quanto inconsciente, porque acredita-se que a separação visa a obtenção de uma renda que os resíduos sólidos os propiciam. Mas mesmo assim, nota-se uma propagação de uma educação ambiental informal no lixão. Esse estudo faz parte de uma extensão de uma pesquisa em andamento que busca discutir o desenvolvimento sustentável em diferentes esferas teorizada por Seiffert (2011). Entende-se que a o desenvolvimento de uma sociedade sustentável parte de diferentes campos do conhecimento e abarca as estruturas econômicas, sociais e ambientais, uma vez que a educação ambiental permeia o indivíduo, juga-se importante discutir, neste estudo, os impactos múltiplos na realidade vivida de uma comunidade de catadores.