Resumo: Os processos de ensino-aprendizagem estão em um constante processo de transformação, não estão restritos ao contexto escolar e podem criar conexões que estão para além dos muros da escola. A cibercultura é um exemplo de espaço que proporciona aos praticantes variados espaços de trocas de saberes e conhecimentos. Diante disso, o presente trabalho objetiva apresentar as vivências de um projeto educacional baseado em ações ativistas protagonizadas por 3 vlogueiras negras no Youtube. Evidenciando o uso de construções autorais em rede a respeito das relações étnico-raciais como estratégias didática. As ações foram desenvolvidas numa escola da rede pública de ensino de Fortaleza-CE. Para tanto, metodologicamente, adotamosos pressupostos de pesquisa de cunho qualitativo, com o caráter etnográfico, e organizamos a pesquisa em três etapas: a) análise das trocas comunicacionais das vlogueiras; b) elaboração de uma proposta pedagógica pautada nas observações em rede; c) compreensão do processo de aprendizagem em rede vivenciado pelos estudantes tendo como base as construções dos vídeos. Concluímos que as ações realizadas constituíram vivências políticas e autorais relevantes tanto para os educandos quanto para as pesquisadoras, despertando nos alunos uma postura investigativa, dialógica, autoral e de cooperação, cujas aprendizagens estendem-se para além do contexto da escola e da temática racial, permeando também o debate de classes e de gênero.