O trabalho aborda uma proposta de reconfiguração da Didática Geral voltada ao reconhecimento da ação performativa do professor que, por sua vez, é vinculada aos saberes da corporeidade e do tipo de (trans)formação docente que possa subsidiar tal perspectiva. Em seguida, é feito o relato de uma vivência que busca efetivar o que está sendo proposto. Trata-se da realização de um curso de extensão universitária denominado “A didática como conhecimento de si: a reconstrução da docência em tempos difíceis” que foi ministrado no segundo semestre letivo de 2016, no campus São Carlos - SP da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. O trabalho priorizou vivências, reflexões e ações sobre o agenciamento docente recorrendo às tecnologias da informação e da comunicação, às obras da literatura, aos textos críticos, à fruição das artes performativas e à apropriação destas no processo pedagógico de legitimação dos saberes associados aos “corpos conscientes” que constituem importante recurso na atuação do professor e de seus alunos em sala de aula. Enfim, uma Didática (per)formativa de cunho experiencial, artística, concebida como campo transdisciplinar da formação de professores. Foi possível identificar um engajamento progressivo dos participantes do curso no decorrer das aulas levando-os às reflexões pautadas nos debates e vivências promovidos e na farta bibliografia interdisciplinar disponibiliza para a abordagem das temáticas desenvolvidas, as quais incluíam: a importância da reflexão eidética e axiológica como resistência à reprodução social promovida pela escola, a corporeidade como recurso de ensino e aprendizagem do professor, a aula como espaço performativo e o questionamento da “racionalidade técnica” presente na formação docente, o agenciamento cultural dos professores, a violência institucional perpetrada contra os professores como sabotagem ao ideal da sociedade democrática.