Existem diversas tecnologias para tratamento de águas residuárias domésticas. Em regiões de clima tropical destacam-se os reatores anaeróbios e as lagoas de estabilização. As alternativas mais comuns empregadas para o pós-tratamento de efluentes anaeróbios são lagoa de maturação, filtro anaeróbio, lagoa aerada e lodos ativados. O objetivo desse trabalho foi avaliar a aplicabilidade de um processo anaeróbio (filtro anaeróbio), tendo como meio de suporte o bambu, quando utilizado para o polimento de esgotos domésticos da cidade de Palmas, estado do Tocantins, região norte do Brasil, cuja etapa prévia de tratamento também é feita através de processo anaeróbio (reator UASB). Foram coletadas semanalmente amostras em três pontos do sistema experimental: (1) esgoto bruto, (2) efluente do reator anaeróbio e (3) efluente final do filtro anaeróbio com bambu. O estudo desenvolvido confirmou a aplicabilidade do filtro anaeróbio como unidade de pós-tratamento de matéria orgânica e sólidos, sendo que, para este último, principalmente os sólidos suspensos, o sistema apresentou alta eficiência de remoção gerando um efluente com aspecto bastante clarificado. Em se tratando da variável DBO, o efluente final do sistema experimental, atendeu em todo o período de monitorado, aos padrões de lançamento de efluentes, segundo a resolução brasileira, CONAMA Nº 430/2011. No entanto, o filtro anaeróbio apresentou baixa remoção de nutrientes (fósforo e nitrogênio), indicando que os reatores anaeróbios possuem uma capacidade insatisfatória de remover estes elementos no processo de tratamento.