Esta pesquisa, ainda em curso, investiga abordagens pedagógicas e perspectivas epistemológicas na disciplina Projeto de Vida, que integra o currículo diversificado dos Ginásios Cariocas, da rede municipal de ensino da Cidade do Rio de Janeiro. Propõe ações que desenvolvam, nos estudantes do 3º ciclo de formação do ensino fundamental, a capacidade de pensar crítico e politicamente sobre a realidade social, utilizando a metodologia do Teatro do Oprimido. Entendendo que esta abordagem artística objetiva a democratização do teatro e a inclusão do indivíduo na sociedade, com jogos e exercícios que permitem aos estudantes/atores e estudantes/espectadores atuarem direta e ativamente sobre a cena. Nesta perspectiva, se desenvolve o processo de emancipação desses estudantes, abordando seus sonhos e expectativas por simulações de futuros possíveis. A pesquisa analisa o modo como a pedagogia do Teatro do Oprimido pode subsidiar processos de ensino-aprendizagem na disciplina Projeto de Vida. E, estabelece relações entre os conteúdos enunciados nessa disciplina, com as questões relativas à cidadania e à emancipação social. No curso das investigações, se inventaria as expectativas dos estudantes frente aos desafios pedagógicos propostos pela disciplina Projeto de Vida. Os resultados das práticas pedagógicas em sala de aula, que revelam processos de emancipação humana, nesta pesquisa denominamos Cidadania Social. Toda a pesquisa se desenvolverá sobre as seguintes indagações: (a) Como construir um processo de ensino-aprendizagem significativo que desenvolva no estudante a sua capacidade de decisão, reflexão crítica da realidade e exercício da cidadania? (b) Quais conteúdos são essenciais para provocar uma aprendizagem dialógica e libertadora? (c) Quais processos metodológicos podem ser eficientes diante de um componente curricular incipiente? (d) De que forma trabalhar o processo de emancipação nos estudantes ao abordar seus sonhos e expectativas? Utilizamos, neste trabalho, uma metodologia qualitativa, por considerar a subjetividade das investigações, onde os sujeitos da pesquisa são observados, escutados e analisados. A coleta de dados se processa na forma de Observação Participante, que pressupõe a integração do investigador ao grupo investigado. Na coleta de dados, quando se relacionam os valores, as atitudes e as opiniões dos sujeitos, utilizamos entrevista semiestruturada e entrevistas com grupos focais. Nesse processo metodológico recorremos aos seguintes elementos da técnica de Observação Participante: curiosidade; criatividade; rigor técnico-metodológico e observância da ética. E, ainda, recursos eletrônicos e informáticos para os registros.