As aulas de português muitas vezes são vistas pelos alunos como complicadas, desinteressantes. E isso se dá, principalmente, em virtude da forma como se abordam determinados conteúdos – decorar regras, realizar classificações e realizar exercícios repetitivos... Enfim, o ensino da metalinguagem. E o Livro Didático de Língua Portuguesa (LDLP) apesar das mudanças e das promessas de adequação a essas mudanças, parece não sair do lugar comum da metalinguagem. Assim, diante deste cenário, objetivou-se analisar o ensino do advérbio no livro didático “Diálogo” de língua Portuguesa da editora FTD para a turma de 7° ano do ensino fundamental, observando se esta obra traz elementos novos para o ensino daquela classe gramatical ou se segue, em linhas gerais, a metalinguagem. O interesse pela feitura deste trabalho deu-se na disciplina “Gramática, Variação e Ensino” no curso de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba. Durante as aulas da referida disciplina discutimos as constantes indagações e as dificuldades apresentadas pelos alunos acerca do emprego e classificação dos advérbios, bem como da locução adverbial, do adjunto adverbial e da oração adverbial, pois são termos com o mesmo valor semântico do advérbio. O aporte teórico utilizado para fundamentação contou com as contribuições de Miranda (2006), Bagno (1999) e Antunes (2007), Brasil (1998), sobre o ensino de língua portuguesa, Bakhtin (2006) sobre interação verbal entre outros. Quanto à metodologia, optou-se pela pesquisa qualitativa, amparada pela pesquisa bibliográfica, descritiva e interpretativista. E como resultados, observou-se que o LD, Diálogo parece inovar, ao começar o ensino do advérbio a partir de gêneros textuais, mas esses gêneros são utilizados como pretexto e não enquanto forma de comunição em que os advérbios são importantes na sua constituição. De modo geral, o ensino do advérbio segue a linha tradicional de conceituação, classificação e exemplificação.