A forma como as pessoas se comunicam hoje tem mudado diante da massificação das novas tecnologias da informação e comunicação, da presença das novas mídias no cotidiano e do surgimento contínuo de novos gêneros numa sociedade marcada por conexões em redes e fluxos. Nessa conjuntura, refletir sobre novas formas de compreender a linguagem que têm emergido na contemporaneidade se faz essencial para todos nós professores. Neste artigo de caráter bibliográfico, abordaremos a teoria dos multiletramentos desde o seu surgimento, com destaque para o conceito de multimodalidade que lhe é inerente, para, em seguida, trazer uma revisão de algumas das principais obras fruto de pesquisa nesta temática que têm emergido no Brasil na última década. Teremos dois objetivos: primeiramente, introduzir ao leitor a teoria dos multiletramentos conforme proposta em seu manifesto fundador, e, em segundo lugar, traçar um breve panorama das pesquisas que têm sido produzidas levando em conta a multimodalidade em contextos de ensino. Selecionamos para discussão o manifesto fundador do conceito de multiletramentos, do Grupo de Nova Londres (NLG, 1996, p. 61), a proposta de análise de elementos visuais, de Kress e Van Leeuwen (1996), e resultados de pesquisas desenvolvidas por diversos autores brasileiros, dentre os quais se destacam Roxane Rojo (2012) e Ana Elisa Ribeiro (2016). Percebemos que a teoria dos multiletramentos tem não só motivado novas perguntas de pesquisa sobre como se produzem sentidos e como se configura a linguagem em um cenário de transformações, como também tem sido produtiva para que se busquem formas de situar as práticas com um olhar para o social, que busque integrar as ações em sala de aula de modo a construir unidade a partir da diversidade.