Este artigo apresenta algumas questões que permeiam a gestão escolar democrática a partir da ótica da Educação Popular. Este é fruto das discussões realizadas durante os encontros do componente curricular: Movimentos Sociais e Educação Popular do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (PPGEDUC) da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico do Agreste (UFPE-CAA). Nossa discussão se configura por meio de uma abordagem em que situa uma concepção pedagógico-administrativa que passa ao largo das fileiras compreensivas tecnicistas, burocratizantes, de natureza impessoal e marcada pelos operadores neoliberais. Na presente reflexão, compreendemos uma gestão democrática demarcada pelos princípios e práticas da Educação popular que contribui para que o processo educativo promova a emancipação dos sujeitos, tornando-os críticos, reflexivos e ativos, enquanto cidadãos de direitos e deveres sociais. Nesse diapasão, a gestão democrática deixa de constituir-se verniz social e chavão político de natureza modística e passa a servir de espaços reais de aprendizagens múltiplas por parte de todos os atores/atrizes sociais socioculturais. Esses/as vão se apropriando não somente de uma teoria participativa, direta e ativa, mas, sobretudo, tecem uma cultura democrática no cotidiano escolar que transversalizam os corpos, as mentes e os hábitos em que todos/as sejam ouvidos/as, compartilhando propostas, ideias e assumindo co-responsavelmente os riscos das decisões coletivas. Ademais, essas discussões têm pertinência socioestrutural no presente cenário nacional em que avançam os retrocessos políticos e a nacionalização comum curricular que unificam os conteúdos e as propostas didático-pedagógicas que implicam num modelo de gestão de natureza centralizadora, pouco democrática. Em sendo assim, a escola pode inspirar e formar sujeitos sociais para compreensões e práticas de participação ativa, tornando-se não estético e anti-ético os modelos monolíticos, centralizadores e totalitários.