As pesquisas do tipo “estado da arte” são complexas de serem definidas. Mapeiam o conhecimento que se desenvolveu ou que está sendo desenvolvido sobre algum tema e que possuem carácter bibliográfico. Analisa o destaque dado àquele assunto, a partir da publicação de teses de doutorado e dissertações de mestrado defendidas, de artigos e pesquisas em periódicos e em anais de congresso. Tudo isso em um determinado tempo e espaço. Essa pesquisa tem o objetivo de realizar um levantamento sobre a formação contínua de professores a partir de suas necessidades de formação e sobre a formação do professor que ensina leitura e escrita; obedecendo o corte cronológico dos últimos cinco anos de produção acadêmica (2011 a 2016), estabelecendo um estado da arte no assunto. Para tanto, realizamos a procura por palavras-chave em títulos e/ou assuntos, seguida da leitura de resumos até trabalhos na íntegra em onze fontes e, em seguida, cruzamos todas elas, pois esse conjunto é o que dá origem e significado a este trabalho. As fontes pesquisadas foram: o Banco de Teses e Dissertações da Capes e o Portal de Periódicos da Capes, além de outros sete periódicos de destaque na área de Educação intitulados: Cadernos de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Revista da Faculdade de Educação da USP, Cadernos Cedes, Educação e Realidade, Educação e Sociedade e Revista Brasileira de Educação. Ainda os trabalhos publicados no Grupo de Trabalho de Formação de Professores – GT 08, da ANPED. À nível local, o banco de teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd, bem como nossa revista local, Educação em Questão. A pesquisa nos permitiu concluir que as produções sobre formação contínua são inferiores às de formação inicial, pois representam apenas 15,10% da média total de trabalhos que versam sobre formação de professores. Que entre os eixos temáticos selecionados “formação continuada de professores”, “necessidades de formação continuada” e “leitura e escrita” as pesquisas em “formação continuada de professores” representam 64,30% da totalidade dos três.
E que ainda, cruzando as três temáticas, só encontramos um trabalho de tese de doutorado, em 2014, que ainda sim se difere da nossa, por tratar das questões de leitura e escrita relacionadas ao Ensino Fundamental e à EJA, e não à Educação Infantil/Pré-escola, como fazemos. Esses dados ratificam e justificam a relevância de pesquisas relacionadas à formação contínua do professor que ensina a ler e a escrever no Brasil.