O presente artigo trata da concepção de educação politécnica e formação humana integral em uma sociedade marcada pela desigualdade social. Na relação educação e trabalho, vemos nos anos de 1990 uma regressão no campo educacional, a preparação intelectual e formação humana integral cede espaço às necessidades uniliterais da produção, próprios de um capitalismo subordinado e dependente. A ideologia da competência e da empregabilidade toma conta do ideário, propaga-se o conceito de igualdade de direitos e oportunidades, como se todos tivessem as mesmas condições de ascensão acadêmica, profissional e social, cabendo a cada um, individualmente conquistar seu espaço. A partir dos anos 2000 temos a perda de direitos fundamentais da classe trabalhadora e retrocesso no campo educacional. Nesta perspectiva percebemos a formação humana e Politecnia com uma proposta emancipatória dos jovens e adultos brasileiros como resultado da união entre trabalho intelectual e trabalho produtivo, a unificação que permite aos saberes científicos e gerais, do sistema produtivo, serem transmitidos na formação dos sujeitos. A concepção de formação humana integral e a relação trabalho e educação, apresentados neste artigo, se apoiam nas discussões de autores como Moura; Lima Filho; Silva (2012); Ciavatta (2005), Frigotto (2001); Manacorda (2013); Ramos (2016) e Alves (2014). O texto é desenvolvido a partir da seguinte questão: Como as dinâmicas sociais, profundamente contraditórias, fundamentadas na divisão de classes, em constante oposição e concorrência podem contribui para (im)possibilidade uma formação humana integral na educação de jovens e adultos? No primeiro capítulo iremos abordar como se configura a dualidade na acumulação flexível no final do século XX e início do século XXI na perspectiva educacional e produtiva. E no segundo capítulo apontaremos as possiblidades, por meio da formação humana integral, na educação profissional, de alterar os rumos impostos pelo contexto social e profissional deste século. Quando as circunstâncias históricas das relações sociais e quando as classes dominantes buscam reduzir o trabalho humano a uma mercadoria, que tem seu valor definido no mercado de compra e venda da força de trabalho. As consequências criam (im)possibilidades para a formação humana integral, para a ascensão social e profissional dos sujeitos que precisam se adequar, se formar e se qualificar para trabalhar, para vender a sua força e trabalho e a partir daí construir sua existência.