O presente trabalho tem como objetivo discutir teoricamente os avanços que foram realizados no campo do discurso e das práticas com vistas à inclusão de pessoas com deficiência, não apenas no âmbito escolar, mas em relação à inserção social desses sujeitos. Para isso, realizaremos uma discussão que pauta tanto os fundamentos da educação especial e da educação inclusiva, apontando suas diferenças e interseções, como a legislação em torno dessa questão, destacando os avanços realizados nesse campo em termos de políticas, e utilizaremos também os estudos de Vygotsky acerca do desenvolvimento de pessoas com deficiência, enquanto fundamentação teórica que nos dê subsídios para problematizar as mudanças no campo das práticas sociais e educativas. No Brasil, em meados da década de 1990, iniciou-se com maior relevância a discussão sobre a educação enquanto um meio de promoção da inclusão social no país, o que, em um processo de entrelaçamento com a ressignificação da educação especial, levou à criação de várias leis e projetos de inclusão de pessoas com deficiência nos espaços escolares e também no mercado de trabalho. Para a efetivação dessas questões na prática, é necessário considerar que uma inclusão escolar significativa deve proporcionar não só o ingresso do aluno no ambiente escolar, mas sua permanência com aproveitamento acadêmico, o que depende da atenção às peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento de cada aluno. Assim, para pensar uma educação verdadeiramente inclusiva, que leve em conta as condições reais de desenvolvimento dos estudantes, devemos possibilitar a inserção de todos os sujeitos nos espaços sociais, e potencializar o desenvolvimento das crianças com necessidades educacionais especiais ou com deficiências, buscando, por caminhos alternativos, o desenvolvimento de suas qualidades culturais.