O ENSINO DE GUARANI NAS ESCOLAS PARAGUAIAS E A QUESTÃO DA INTERCULTURALIDADE NO AMBIENTE ACADÊMICO
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O Paraguai, no caso do castelhano, possui um dialeto próprio, uma espécie de castelhano com resquícios do guarani, que tem o nome de espanhol rioplatense. A análise do bilinguismo e questões do apagamento, tanto quanto a valorização das línguas indígenas, nesse viés, serão um dos pontos explorados em nosso artigo. Um paralelo entre o ensino do guarani no Paraguai, assim como o ensino das línguas indígenas no sistema educacional do Brasil, será tratado como eixo. Apesar de culturalmente distintos, ambos os países apresentam a política bilíngue e intercultural como políticas fundamentais para as escolas indígenas. O que nosso artigo tenciona, entretanto, consiste em saber até que ponto o bilinguismo vivido nas escolas paraguaias não funcionam como um apagamento dos idiomas indígenas ou castelhanização da língua guarani. Como adverte o autor Bartomeu Melià (2010), o Estado preconiza que as populações indígenas sejam alfabetizadas em castelhano, porém, o mesmo não acontece no caso dos castelhanos falantes que não possuem escolas bilíngues para o ensino de uma única língua ameríndia por exemplo. Em especial para este autor, uma interculturalidade, de fato, remete a troca entre duas culturas distintas, porém o que acontece na maioria dos sistemas bilíngues tanto no Brasil quanto no Paraguai, são trocas unilaterais, qual o idioma dominante é aprendido sob alto prestígio em detrimento das línguas indígenas. Estes e outros aspectos do sistema bilíngue e do conceito de interculturalidade serão, portanto, explorados em nosso artigo." 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