A educação inclusiva está passando por um processo de renovação, antes os alunos com deficiência eram atendidos em estabelecimentos próprios, hoje eles têm direito a estudar em escolas regulares. Mas a inclusão não é apenas inserir esses alunos em escolas regulares e sim dá todo o suporte físico e metodológico. Pesquisas como Brandão e Lira (2010) apontam que alunos com problemas de visão podem compreender álgebra e geometria, desde que o professor use metodologias e instrumentos adequados que valorize seus outros sentidos como o tato e a audição. Existem recursos didáticos adaptados e criados para o auxílio da aprendizagem desses alunos, o Multiplano é um exemplo. Esse instrumento foi desenvolvido por Rubens Ferronato, consiste em um material tátil que possibilita a abordagem de conteúdos de álgebra, geometria e estatística. Pode ser usado desde a educação infantil até o nível superior. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo investigar as contribuições da utilização do Multiplano para a aprendizagem de conceitos matemáticos com alunos deficientes visuais. Utilizamos a abordagem qualitativa e o método usado foi o estudo de caso, onde entrevistamos 2 alunos deficientes visuais de uma escola da rede pública de ensino do Ceará. Para a coleta de dados usamos a entrevista semiestruturada. Com a entrevista pudemos perceber que os alunos não compreendiam conceitos matemáticos básicos, mas depois que foi aplicado uma seção didática utilizando o Multiplano no estudo de perímetro, área e volume. Os alunos conseguiram definir os conceitos e dar exemplos. A conclusão aponta que os alunos com deficiência visual apresentam, em muitas situações, dificuldades de apreender conceitos matemáticos, pois, muitas vezes, eles só acompanham a aula pela audição, o que limita as possibilidades de aprendizagem em matemática. O Multiplano foi importante como recurso didático no auxilio da aprendizagem de conceitos matemáticos dos alunos deficientes visuais em foco.