Resumo: Apesar de ser uma questão antiga, na atualidade, a indisciplina tornou-se um problema cotidiano no ambiente escolar, dificultando a atuação do docente no processo de ensino-aprendizagem, já que envolve uma dimensão social bastante ampla, a começar da família e demais grupos dos quais o aluno é membro. É principalmente na família, não importando o formato que a mesma tenha, onde são cultivados e alimentados valores e princípios que acabam por ser assimilados por crianças e jovens, passando a orientar a postura e o comportamento destes na sociedade. Nesse contexto, alguns professores se desgastam profissionalmente, por não conseguir impor limites às ações cada vez mais agressivas de seus alunos, visto que a sala de aula deve ser um ambiente social que contribua para a formação de um caráter solidário, de respeito mútuo e cooperação. Para alcançar este fim, os profissionais que atuam na escola, mais precisamente o/a professor/a, deve distinguir a diferença entre os conceitos de autoridade e autoritarismo, termos utilizados de forma recorrente no ambiente escolar. Essa falta de clareza a respeito, pode intensificar as queixas dos professores/as face ao comportamento dos educandos em sala de aula, atribuindo-lhes total culpa pela inadequação das atitudes. Nesse contexto, cabe ao professor identificar os possíveis fatores que acarretam a indisciplina na escola, fatores estes que podem ser de origem psicossocial e/ou pedagógica, devendo ser tratados de maneira conjunta, ou seja, envolvendo todos os segmentos da comunidade escolar. Nessa perspectiva, o que torna viável o enfrentamento desse problema é a construção coletiva do projeto político-pedagógico. O que exige a opção por um processo participativo, cujo ponto de partida é a avaliação da realidade que se tem, no que diz respeito à totalidade da organização e gestão do trabalho escolar. Envolvendo, desse modo, a análise permanente da qualidade das relações que são estabelecidas entre os diferentes sujeitos do processo.