As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) foge da racionalidade do modelo médico
dominante, da medicina especializada, tecnológica e mercantilizada, enquanto adota uma postura
holística e naturalística diante da saúde e da doença. Desse modo, as PICs criticam na medicina
alopática, o reducionismo biológico, o mecanicismo e a ênfase na doença e não no doente. O estudo
permitiu analisar o olhar dos estudantes do curso de medicina da UFPB quanto à prática da
auriculoterapia no cuidado em saúde. Foram realizadas nove entrevistas com alunos do segundo
período do curso. Os dados foram analisados à luz da análise de conteúdo. Os resultados mostraram
que a auriculoterapia torna-se um recurso útil na promoção da saúde, sobretudo, porque estabelece
uma compreensão abrangente do processo saúde-doença, em que se destaca a perspectiva holística e
o empoderamento individual. A pesquisa também apontou que a inserção dos estudantes nas novas
práticas terapêuticas, a partir da extensão universitária, vem possibilitando ampliar o olhar sobre o
cuidado em saúde, sendo a auriculoterapia percebida como terapia complementar para cuidar,
sobretudo, do sofrimento difuso, mal estar que acomete muitos usuários que acessam os serviços de
Atenção Primária à Saúde. Destaca-se que há também o interesse e uso das PICs em várias
especialidades médicas, inclusive nas mais dramáticas, como cuidados paliativos, cujos limites
terapêuticos são muito evidentes, os danos dos tratamentos são muito relevantes e onde a qualidade
de vida é cada vez mais levada em consideração, geralmente utilizando as PICs de maneira
complementar.