A auriculoterapia vem sendo cada vez mais usada pelos profissionais da Atenção Básica reforçada com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. O efeito no tratamento da dor em várias doenças, com destaque para as dores musculoesqueléticas crônicas. A avaliação da efetividade por meios de estudos analíticos pode potencializar o uso da auriculoterapia. Realizou-se uma revisão sistemática que embasou a estruturação de um protocolo baseado na realidade dos serviços e dos instrumentos validados na literatura. A revisão sistemática foi realizada nas bases de dados Pubmed, Scielo e Bireme. No PubMed utilizou-se as palavras-chave ("Auriculotherapy"[Mesh] OR "Acupuncture"[Mesh]) AND "Pain"[Mesh]. Na Bireme utilizou-se (auriculoterapia OR acupuntura) AND dor conforme os Descritores em Ciências da Saúde (DECS). Na Scielo foi feita pesquisa por palavras. Foram pesquisados artigos que se configuraram como ensaios clínicos, com os limites de idioma em português, inglês, espanhol, francês, italiano e alemão, e com o recorte de publicação dos últimos 5 anos.
Após a leitura dos títulos e resumos dos artigos com os filtros aplicados foram selecionados 5 artigos por terem relação com a temática de auriculoterapia e/ou acupuntura e dor, desde que se tratassem de ensaios clínicos, uma vez que o objetivo da pesquisa neste momento foi a revisão metodológica para a criação do protocolo.
Optou-se por utilizar para este ensaio clínico a definição de dor crônica, contínua ou recorrente, apresentada com duração igual ou superior a seis semanas. O presente estudo abordará apenas pessoas com dor crônica não associada a doença reumatológica conhecida.
Haverá randomização dos participantes selecionados em cada uma das USF incluídas no estudo. Os profissionais que realizarão a aplicação da auriculoterapia serão profissionais que já praticam auriculoterpia e passarão por uma formação para orientação dos possíveis pontos a serem utilizados no protocolo, bem como para coleta de dados e uso da Escala Visual Analógica (EVA). Haverá uma orientação às pessoas que irão aplicar os questionários quanto a alguns pontos relacionados a dor crônica e aos locais mais frequentes, mas este protocolo parte da concepção de que a auriculoterapia é individual, para cada paciente, sendo assim deixará o terapeuta livre para aplicar, se aproximando da ideia que é importante tentar identificar o fator constitucional e os possíveis desequilíbrios nos cinco elementos.
O grupo intervenção realizará o tratamento convencional associado a auriculoterapia, e o grupo controle realizará apenas o tratamento convencional. Os pacientes do grupo intervenção serão orientados a estimular cada ponto três vezes ao dia, por um minuto em cada ponto. Também será realizada a confecção de um material informativo sobre o tema. Os participantes serão acompanhados com encontros semanais para troca das sementes e reavaliação, por um período de 12 semanas. A aplicação ocorrerá alternadamente em cada orelha. A cada encontro será registrado em um instrumento próprio a intensidade do sintoma. Para a mensuração do sintoma de dor será utilizado a EVA antes e após o tratamento. Além da escala da dor, será realizada a mensuração de quantidade de uso de analgésicos por semana.