SILVA, Rafaella De Sousa. Formação escolar em descompasso. Anais COPRECIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/31227>. Acesso em: 23/12/2024 00:25
Esse artigo propõe a desnaturalização da concepção moderna de formação escolar. Por meio da historicização da escola enquanto instituição- instituinte. Nesse sentido, busca inicialmente falar como a escola foi pensada e formulada para atender interesses que emergiram com os estados nacionais modernos, no intuito de formar cidadãos capacitados a habitar as novas concepções de mundo moderno-europeu-masculino-ocidental. Construindo ciências, saberes, e identidades, legitimadas socialmente a partir de redes simbólicas de saber-poder. Para tanto, essa revisitação do modelo europeu de escolarização, é realizada em correlação com as influências que chegam ao Brasil na virada do século XIX, para o XX, e ainda permanecem significativas. Partindo em um exercício cartográfico, que busca reler a delimitação de posições-de-sujeitos, classificações e nomeações, que estão no cerne da escola que inclui para excluir, quem escapa das normatizações. Estranhando esse modelo escolar dado por naturalizado, esse texto sugere pôr em questão a formação escolar, e as posições e identidades pré-estabelecidas sobre sujeitos docentes e discentes que habitam as escolas. Assim, a partir de experiências docentes que marcam minhas vivências escolares, enquanto professora, busco sinalizar que o que vivemos hoje nas escolas, e muitos denominam por “crise escolar”, parece ser o descompasso de estarmos apegados a concepção moderna de escola, em tempos pós-modernos. Logo, deformar, no sentido de dar novas formas, talvez seja mais interessante que formar, no sentido tradicional de escolarização.