Este artigo busca problematizar a história de vida da líder camponesa Josefa Ermina Cobé, representante do movimento de reforma agrária acontecido na comunidade rural Engenho Geraldo, Alagoa Nova – PB (1975 e 1984). Narrando como seu protagonismo nos movimentos sociais do campo foram antes de tudo uma pedagogia de conscientização. Pois através de suas falas ela e discursos ela conseguiu fazer com que a localidade acima citada se mobilizasse pelo direito a terra e a reforma agrária. Aqui, busco narrar a atuação desta líder, refletindo sobre suas articulações políticas como subsídios para uma história possível. Metodologicamente, utilizo os conhecimentos da História Oral de Vida, Meihy (2007), para pensar a relevância de suas memórias na construção de uma narratividade histórica. Penso as práticas de educação não-formal apontadas por Gohn (2010) como elemento norteador de sua pedagogia e adentro às suas memórias, quando busco fazer um exercício semelhante ao de Halbwachs (2006), quando pensa a natureza intrínseca das memórias individuais dos sujeitos, que se entrelaçam com a coletividade. Busco com esta pesquisa perceber que com as narrativas desta personagem é possível construir a história dos movimentos sociais do campo, na paraíba no período ditatorial. Pois em seus relatos sobre sua atuação, expressados sobretudo nas “rezas” e nos discursos eloquentes proferidos em público que a seguia, ela projeta uma escrita de si, Foucault (1992), que se consolida na sua subjetividade. Este trabalho faz parte de uma pesquisa mestrado intitulada: Engenho de Memórias: mulheres camponesas e a luta pela terra no Engenho Geraldo, Alagoa Nova-PB (1975-1984), concluída em 2016, pelo Programa de pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (PPGH/UFPB).